Esse é o quinto post dessa série, que marca a volta do nosso Blog interagindo com atletas que praticam artes marciais Japonesas  e mudaram as suas vidas quando decidiram fazer aquela aula experimental que a gente fica ensaiando para ir. 

O intuito dessa série é interagir com Mulheres, trocando experiências, se conectando e mostrando que Dojo é sim lugar de Mulher! Bora inspirar meninas e mulheres a saírem da zona de conforto e interagir com outras mulheres que dividem experiências similares. 

Nesse post iremos contar um pouco sobre Rebecca Lunière que treina Kendo na  Academia de Kendo de Brasília (AKB) há 15 anos. Ela vem de uma Família Francobrasileira e é Médica Veterinária com especialidade em pequenos animais, pela UNB - Universidade de Brasília. 

Ela buscou o Kendo pois queria algo que ajudasse com a saúde mental e afirma:

"Sempre gostei muito de esportes e artes marciais. Ao conhecer a história do Japão através dos animes fiquei muito interessada em praticar Kendo. Por isso, eu e um grande amigo achamos o Kendo no clube associado à embaixada do Japão. Foi amor a primeira vista!"

Em sua primeira aula o treino foi ministrado por um Senpai que ainda treina e havia apenas uma mulhers "Ikkyu" nessa época. Ela diz que essa mulher era uma referência para ela, mas ela deixou de treinar na mesma época em que a Rebecca colocou o Bogu.

"FOI UM GRANDE DESAFIO SER A ÚNICA MULHER DO MEU DOJO!" - Ela adiciona

Sobre o que ela sente sobre ter mais mulheres não só na AKB mas no Brasil todo:

"Hoje em dia se fala mais sobre respeito e representatividade dentro do dojo. Quanto mais saudável o ambiente mais mulheres se sentirão bem-vindas a praticar Kendo. Ainda há muita coisa a melhorar e espaço pra conquistarmos, mas as coisas estão evoluindo e isso se reflete no número de praticantes femininos. Os dojos que mais têm mulheres são aqueles que se tem uma sensei lá na frente de referência pra saber onde se pode chegar!"

Atualmente na AKB o grupo conta com 10 mulheres. 

A Sensei acredita que o Kendo lhe deu muita confiança e um senso de liderança. Foi assim que ela aprendeu mais a se impor e a se respeitar tanto dentro do DOjo quanto profissionalmente. "Aprendi a conquistar o meu espaço e a importância da disciplina em tudo que faço" 

Ela se esforça muito e participa sempre de Gashukus, Campeonatos, Seminários e todos os eventos promovidos pela CBK, além de vir sempre para São Paulo treinar em Academias daqui de SP. A trajetória da Rebecca é muito bonita, pudemos acompanhar tudo, vendo o seu esforço e a sua evolução a cada Campeonato e a mudança de Kenshi para Atleta Kenshi foi notável. Continue firme, estaremos sempre aqui apoiando as Mulheres da AKB. 

O conselho que fica: o caminho do kendo é longo e árduo, mas é incrível e cheio de autoconhecimento. O kendo é uma arte marcial Japonesa muito tradicional, por isso há muitas barreiras para mulheres e não descendentes. CONTUDO, QUANTO MAIS UNIDAS FICAMOS, MAIS FORTE SEREMOS"